Carimbohton

Carimbohton

CARIMBOHTON é a linguagem rítmica do Carimbó conectada a digitalidade da música eletrônica. É a proposta de leitura de uma tradição amazônica ancestral a partir dos elementos tecnológicos que embalam a modernidade contemporânea.

Uana System

Carimbohton

Festa do Círio

Os Africanos de Icoaraci

Minha Mãe

Os Africanos de Icoaraci

A Cobra Grande

Grupo Cobra Grande

Cheiro do Cupuaçu

Kuatá de Carimbó

Curupira Bicho Brabo

Os Africanos de Icoaraci

Carimbó Carimbolou

Grupo Cobra Grande

Abrindo a Palheira

Kuatá de Carimbó

Apresentado como resultado da união das influências culturais de indígenas ameríndios, povos africanos e ibero-europeus, o Carimbó é reconhecido como uma das mais significativas formas de expressão da identidade paraense, já que suas referências culturais estão presentes no canto, na música, na dança e nas formas de ser, agir e pensar deste povo. Alguns estudos evidenciam a influência indígena observada na dança em formato de roda, em instrumentos de percussão, como as maracas e os tambores milenares. Também no batuque (síncopes, antifonias e polirritmias), na aceleração do ritmo e no “molejo” da dança, está a contribuição do povo africano. E, por fim, na dança em pares ou mesmo individualmente com gestos, palmas e estalar de dedos, além de certos padrões melódicos, está a influência ibérica (INRC Carimbó - IPHAN, 2013).

Foto de apresentação em Belém, 2019

Em cada região de ocorrência do Carimbó no estado do Pará encontramos uma forma específica de se tocar – com instrumental e células rítmicas diferentes - de se vestir, de dançar e peculiaridades nas suas letras e composições. Parte destes aspectos estão evidenciados aqui nesta plataforma digital, que pretende tornar público e acessível as sonoridades e imagéticas que representam a cultura carimbozeira contemporânea, aliado à tecnologia e recursos digitais.

É neste sentido que surge o CARIMBOHTON, idealizado pelo DJ Waldo Squash, produtor musical de renome na música brasileira e mundial, sampleando músicas conhecidas e remixando artistas tradicionais paraenses. Ele teve a sacada de criar loops eletrônicos com as células rítmicas dos ritmos regionais e folclóricos como Siriá, Lundu, Banguê e o próprio Carimbó, fazendo um trabalho com batidas eletrônicas para pistas de dança, muito parecido com o surgimento dos ritmos: reggaeton e, mais recentemente, moombahton.

Em paralelo ao trabalho de Waldo, Luan Rodrigues fez uma viagem pelas entranhas da Amazônia continental (Brasil, Colômbia, Peru e Equador) e registrou vídeos em aldeias e localidades indígenas, vivenciando suas festas tradicionais e compondo um acervo incrível, principalmente sobrer os povos originários e caboclos da região. Isto tudo se uniu a produção e performance do duo audiovisual Uaná System.

A pesquisa documental que deu suporte ao CARIMBOHTON, disponível nesta plataforma, foi concebida a partir da parceria do UANÁ SYSTEM com o produtor cultural Marcel Arêde e o pesquisador Pierre Azevedo. Essa equipe foi a campo com um estúdio portátil de gravação e edição de áudio, e equipamentos de vídeo e fotografia, realizando encontros com grupos de Carimbó em seus espaços nativos, onde gravaram suas músicas e performances ao vivo, assim como entrevistas com seus Mestres compositores, que falaram sobre a diversidade existente nas formas de fazer o seu Carimbó tradicional. Estes foram: Mestre Thomaz Cruz e Mestre Ney Lima, d’Os Africanos de Icoaraci, da região metropolitana de Belém; Mestre Chico Malta, do grupo Cobra Grande, e Mestre Hermes Caldeira, do grupo Kuatá de Carimbó, ambos de Alter do Chão, na região Oeste do Pará.

Foto de apresentação em Belém, 2019

A produção conta também com as contribuições mais que especiais de composições do Mestre Damasceno, ilustre detentor e difusor da cultura marajoara, residente em Soure, na Ilha do Marajó; do grupo Sereia do Mar, primeiro grupo de Carimbó composto primordialmente por mulheres, de Vila Silva, em Marapanim e uma parceria inédita com o artista paraense Jeff Moraes.

A fusão dos elementos rítmicos ancestrais do Carimbó com a produção musical eletrônica, somado a arte visual psicodélica, teve como resultado o CARIMBOHTON, que chega com a proposta de difundir e valorizar as referências culturais desta manifestação cultural paraense, reforçando as ações de salvaguarda do patrimônio carimbozeiro. Atualmente, as culturas populares vêm acessando as mais variadas tecnologias e aperfeiçoando a sua comunicação com o mundo, ao incorporar aos seus universos uma infinidade de elementos que atualizam as suas formas de manifestarem-se, possibilitando também que elas se reinventem e mantenham preservada a sua herança cultural diante da modernidade contemporânea.

Nascido em Santarém e residente na vila de Alter do Chão, Francisco Cardoso Feitosa, conhecido como Chico Malta, é Mestre Griô de tradição oral. Está a frente do grupo de Carimbó Cobra Grande e faz parte do Movimento de Carimbó do Oeste do Pará. É um dos idealizadores da Quinta do Mestre e a Sereia, que acontece no Centro de Referência do Carimbó do Oeste do Pará Mestre Chico Malta. Confira aqui uma entrevista com este Mestre carimbozeiro e saiba mais de sua trajetória e do Carimbó chamegado feito por ele.
Nascido na Vila de Alter do Chão, Mestre Hermes Caldeira tem suas raízes familiares na tradição cultural local, de onde herdou a aptidão para as artes que desenvolve como cantor e compositor no grupo Kuatá de Carimbó, contribuindo com o Movimento de Carimbó do Oeste do Pará. É arte-educador e guia de ecoturismo, além de pesquisar sobre os mitos e lendas da fauna e flora da região. Para saber mais sobre este Mestre da cultura carimbozeira de Alter do Chão e o Carimbó tocado por ele e seu grupo, confira a entrevista aqui.
Mestre Thomaz Cruz traz de sua ancestralidade familiar carimbozeira o grupo Os Africanos de Icoaraci, que faz um Carimbó urbano, cruzando a cidade com a sua bicicleta e botando o curimbó pra vibrar, da praia do Cruzeiro ao mercado do Ver-o-Peso! Aqui você pode conferir um pouco mais da história desse Mestre Urbano da Vila de Icoaraci.
“Existe um tempo e existe um lugar. O lugar é aqui, o tempo é agora e o Carimbó é o nosso motivo maior”.

Valdiney Lima da Silva é o conhecido Ney Lima pela Paz. Nascido em São Miguel do Guamá, nordeste do Pará, também faz parte do grupo Os Africanos de Icoaraci, além de ser compositor e um exímio confeccionador de banjos diferenciados e outros instrumentos do Carimbó, feitos a partir de materiais reciclados encontrados em suas andanças. Confira aqui um pouco mais sobre este criativo Mestre carimbozeiro e o ritmo que embala suas músicas.

Patrocínio
Gestão de Projeto
Natura
Semear
Fundação Cultural do Estado do Pará
Governo do Pará
Ampli
Gestão de Projeto
Ampli

Realização

Ampli Criativa

Uaná System

Produção executiva

Viviane Chaves

Marcel Arêde

Pesquisa, produção e texto

Pierre Azevedo

Produção musical

Waldo Squash

Artes visuais

Luan Rodrigues

Produção Audiovisual e Fotografia Still

Pierre Azevedo

Designer

Ygor Matheus

Desenvolvimento

Daniel Santos